sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

POESIA: ASAS DA AMIZADE

                         DEVIR AMIZADE
                                Jorge Bichuetti

Uma flor no deserto...
Uma vela na escuridão...
Um abraço,
um carinho
no vazio da solidão...

                                AMIGO
                                    Jorge Bichuetti

Teus olhos
me vêem no escuro,
caído, ali, no chão;
reerguido,
me encontro,
de pé,
nas tuass mãos...


                    O GUERREIRO AMIGO DA LIBERADE...
                                                          Jorge Bichuetti
                                                                  ( dedico este poema ao amigo e mestre, companheiro e cúmplice das grandes utopias: Gregorio F. Baremblitt)

Há livros
e livros....
E homens
que são páginas
onde eles proprios tatuam
sonhos,
caminhos
e lutas
de libertação...

Há homens
e homens...
E há vidas
que são pele e coração,
todo um corpo
de utopia,
valentia
e poesias de uma tresloucada
compaixão...

Há mestres
e escolas;
e aqueles, que para além das insituições,
forjam, nas proprias vísceras,
a sabedoria de uma lição
e a ousadia de uma esperança,
de uma permanente
revolução...

Há vidas
e vidas,
algumas, luzem no clarão do dia;
outras, iluminam
toda uma escuridão...

14 comentários:

Anônimo disse...

Para se ter um posição firme no terreno pantanoso da vida é preciso uma percepção muito apurada da realidade.
A realidade é feita de fatos e ir aos fatos não é tarefa fácil. Antes de mais nada é preciso ter forças para enfrentar a si próprio: a solidão, as convicções sentimentais, etc.
Os fatos são impessoais, apartidários.
Costumam chatear aqueles que não os percebem.
Antes mesmo do socialismo, uma religião que Nietzsche observou como a substituiçao das antigas, ser colocada em prática no século XX, ele também observou :“O socialismo é o fantástico irmão mais novo do despotismo quase decrépito, de quem quer ser herdeiro; os seus esforços são portanto, reaccionários [reactionär], no sentido mais profundo. Pois ambiciona uma plenitude de poder estatal como só, alguma vez, a teve o despotismo, e até ultrapassa todo o passado por aspirar expressamente à aniquilação do indivíduo: uma vez que este lhe aparece como um luxo injustificado da Natureza, que deve ser modificado e melhorado por ele, para se tornar um adequado órgão da comunidade."
E o século seguinte mostrou aquilo que Nietzsche profetizou .
E Cuba taí com seu déspota , que matou mihares de pessoas (Fato), mesmo sendo advogado(fato), etc, etc, etc...e o resultado na prática disto tudo, é a miséria.
" A teoria na prática é outra"
"O diabo nunca se apresenta feio e mau vestido"
Todos acreditaram na "bondade" de Fidel , mas na prática é o que vemos ( como o Cristo que ousou pensar diferente do poder político, em Cuba tam temos muitos presos por crimes de pensamentos ....)
Enfim, saber dos fatos exige trabalho de pesquisa árduo, mas nos traz mais perto da realidade humana.
"o caminho do céu é cheio de pedras..."
Discursos fundamentados em convicções sentimentais são mais conhecidos como delírio e podem nos levar a equívocos.
" O inferno está cheio de gente bem intencionada".
"Errar é humano."

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Não se esqueça , meu amigo, de me buscar no inferno, nem que seja para ver e sentir as luzes faíscantes de um divino céu... Os anjos podem onde os endiabrados só sabem exprimir seus lameentos.
Conto com você... E me fortaleça no desejo de ser cada vez melhor do que sou, não, por mim, mas, pelo bem comum que eu creio e vivo, tanto quanto consigo...
Abraços, Jorge

Anônimo disse...

Obrigado , mas a minha posição não é pessoal. Apenas uma constatação dos fatos. É um posicionamente cético com tudo aquilo que é criado pelo Homem. Homem este que sempre despreza a sua própria natureza de milhões de anos e teima em querer revogar as leis desta mesma natureza. Isto o leva a querer o poder e o poder é poder: OPRESSÃO. Venha da direita ou esquerda.
Se queremos melhorar a vida no planeta, devemos lutar contra os opressores e só numa democracia, que não é lá grandes coisas, que as pessoas têm um pouco de chance de terem seus direitos respeitados, ou parte deles.
O mundo jamais será um paraíso.
O Homem jamais deixará de ser selvagem. Quando lhe tentam tirar esta condição, ele deixa de produzir e procura a Vodka, como se fazia na antiga URSS.(que serviu de modelo para Hitler criar o seu Nacional Socialismo).....e por aí vai.
Enfim, reafirmando, nada contra a pessoa de ninguém. Apenas querendo adicionar fatos concretos aos discursos.
Abraços e obrigado

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

AMIGO, SEM PRE-JUIZOS... DE VERDADE... CAMINHAMOS E, NO CAMINHO, TODOS ESTAMOS EXPERIMENTANDO AS VIAS DE VIDA QUE PRESSENTIMOS... O RESTO É TEORIA DE ESQUERDA OU DE DIREITA...
CADA QUAL, INFELIZMENTE, COM O SEU DOGMATISMO.
ME SINTO FECHADO, E NÃO ME APROVO NISTO... MAS SEMPRE O VEJO TÃO SOBERANO, CERTO DE SUAS VERDADES.... SEM ESPAÇO PARA NENHUMA DÚVIDA...
SEI QUE NÃO VÊS A DIFERENÇA: TENHO SONHOS, QUASE NADA DE VERDADE... EXPERIMENTO, ESCUTO, REFLITO... E REPITO COM DELEUZE: NÃO QUERO SER A MÁ CONSCIÊNCIA DO MUNDO...
ISTO NÃO ME LIMITA EM LUTAR, EM ME INDIGNAR E ME REBELAR COM AS OPRESSÕES...
ABRAÇO, jORGE

Samara Dairel Ribeiro disse...

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril"
Fernando Pessoa

Jorgito, conte comigo também! Onde vc estiver, lá estarei... para semear amor e utopia, no chão árido da normalidade, da solidão e da amargura.
bjs e até amanhã!!! samara

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Samara, sempre que penso a vida a penso, onipotente, talvez, pensando que sua , nossa amizade, é uma estrela na eternidade, um fruto da divindade e um sol do alvorecer.Te quero, te adoro... Sinto-me na presença como se estivesse com um anjo do cerrado que conhece as cachoeiras e as singelas flores das campinas que vicejam , luzindo os sonhos dos que não querem viver sem as estrelas do sonhar...Abraços, com ternura e carinho, Jorge

Claudia Sousa disse...

Me pergunto porque não sei:
1) A vida é um terreno pantanoso ou pode o pensamento humano torná-la assim ou torná-la qualquer outra coisa?
2) Fatos importam mais do que qualquer outro algo? Por que?
3) O que na vida não é absolutamente pessoal?
Jorge e Samara, não sei de Fidel nem de Che mais do que uma ins-piração. Com vocês, sonho mais com vidas, com pessoas e levanto dia ou outro mais generosa. Beijos e saudade!

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Claudia, você me pergunta algo que , sinceramente, não sei...
Creio na ternura e no respeito à vida;
na justiça social e no processo da vida includente...
Creio na alegria e na ternura;
e creio em você...
Um blog me leva a tematizar coisas que , pensando, viajo no ar; e outras, que me queem colados no chão...
Assim, quando vocês escrevem... me dá uma alegre certeza de que não é tão grande a solidão..
Beijos, beijos, beijos...
Perdoa-me a carência... o dia foi de leão...
Jorge

Marta Rezende disse...

Pessoal, o que teria sido o século XX sem Fidel? Sem Lênin? Sem Rosa de Luxemburgo? Sem Mandela? Sem Zapatismo? Sem partidos comunistas? Sem partidos socialistas? Sem sindicatos? Sem tantos, milhares de anônimos e famosos que lutaram pelo direito de uma experiência diferente do capitalismo?
Fala-se tanto nos erros do socialismo. E o capitalismo? Não erra não?
Não é porque o socialismo encontrou resistências, problemas enormes, dificuldades seríssimas, que se deve sair por aí jogando pedras sem a devida precisão.
O que são 70 anos na história da humanidade?
O socialismo real é ruím? Isso não interessa mais nem à Cuba. O que interessa é que precisamos de buscar, pensar, criar novas formas de viver socialmente para além do capitalismo.
Por que não podemos? Por que sempre essa mania de decalcar a linha de fuga socialismo?
Por que sempre essa má consciência da vida e da luta?
Posso apostar que há aí o dedo de um (um, dois ou mais) sacerdote. Nietzsche já avisou: fuja dos sacerdotes. Nietzsche não era dogmático, ele não estava almejando tal ou qual sacerdote. Ele estava almejando a palavra do sacerdote, a palavra da culpa, do ressentimento, da negação do corpo e da vida. Palavras que adentram na nossa alma desde a mais tenra infância. Palavras que t~em uma força enorme para produzir homens fracos. Medrosos, assustados com a vida, com medo das ruas, medo do outro, medo do erro, medo do encontro.
Quanto às ideias de Nietzsche sobre política, Estado, não dá para reduzir a uma frase. Importantíssimo sim entender o que Nietzsche pensa do Estado democrático e do socialismo. Importantissímo, mas não é com uma frase que se pode dizer o que Nietzsche pensava disso. Mesmo porque há enormes paradoxos nas formulações de Nietzsche. Enfim, é preciso estudar esse grande pensador. Estudar muito bem seus aforismas. E jamais usá-los como expiação da política e da luta. Isso é muito sério. Há precedentes extremamente desagradáveis a esse respeito. A irmã de Nietzsche, como muitos sabem, fez um mal danado ao pensamento de Nietzsche, à humanidade, a todos nós, quando misturou a água pura do pensamento (vontade de potência) com a sujeira do nazismo.
abraço a todos
Marta

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Obrigada, amiga, companheira de caminhada...Ouvindo-te, cantarei e estarei amanhã pronto para umanova jornada...
Se chorei, chorei, por solidão... Estamos no mesmo barco: o barco que muitos não querem...

O barco das utopias, da magia e da poesia, da vida se renovando nos entre-caminhos dos devires...
Amo-te, Abraços, Jorge.. Com imenso carinho e uma última léagrima...

Anônimo disse...

Repetindo, antes do socialismo ser colocado em prática no século XX. Nietzsche observou:“O socialismo é o fantástico irmão mais novo do despotismo quase decrépito, de quem quer ser herdeiro; os seus esforços são portanto, reaccionários [reactionär], no sentido mais profundo. Pois ambiciona uma plenitude de poder estatal como só, alguma vez, a teve o despotismo, e até ultrapassa todo o passado por aspirar expressamente à aniquilação do indivíduo: uma vez que este lhe aparece como um luxo injustificado da Natureza, que deve ser modificado e melhorado por ele, para se tornar um adequado órgão da comunidade."
Esse negócio de misturar Nietzsche com marx, é coisa de maluco mesmo. Nietzsche quer libertar a alma humana ou outro afirma que a alma humana é anti social.
Discursos fundamentados somente em sentimentalismo são geralmente conhecidos com delírio.
A realidade palpável é construida sobre fatos concretos.
cAPITALISMO E´UM MEIO DE PRODUÇÃO E NÃO EXISTE O NÃO CAPITALISMO.Quando ele não é praticado por toda a população, o estado opressor o pratica com exclusividade. Com isso as pessoas perdem a tesão, o sonho e deixam de produzir, acarretando uma miséria geral.(fato registrado pela história no século XX. Perguntem aos alemães se eles querem a volta da Alemanha oriental)
O que distingue um adulto de uma criança é que o primeiro sabe distinguir fatos daquilo que ele gostaria que fosse.
Socialismo no dos outros é refresco.
Um fato do Socialismo é que o Nacional Socialismo se inspirou na URSS, que já tinha 20 anos de vida e que já tinha eliminado mais 10 milhões de pessoas que queriam ser diferente das diretrizes estatais.
Viva a diferença, viva a liberdade, viva a democracia.
abraços

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Abraço e repito seus vivas...
O diálogo Nietzsche - Marx, não o inventei... Se vamos re-fazê-lo, releiamos os nobres autores que não são apenas loucos, são pensadores laboriosos...
A esquizoanálise e uma corrente heterodoxa que rouba de todos, sem a preocupação de fidelidade às origens; pensa na potência de vida que estas conexões criam...
Um pouco de antropologia nos diria que houve modos camunaus de produção...
Um pouco de sociolgia nos mostraria que h´´a uma idolatria ao capitalismo e uma diabolização dos experimentos dos Estados de Transição( Estados Operários Burocrátizados)...
Hoje, ando estudando o jovem Marx, Che e seu texto sobre o homem novo em Cuba, os anarquistas...
E lendo poesias...
Assim, vamos vivendo e sonhando, com fé na vida e a alegria com meus pássaros, meus álamos, e meus luares... Eu a pequena Lua, asim, emos vido.
Abraços, Jorge

Marta Rezende disse...

Ei Jorge, polêmica também é bom. Já dizia Deleuze: o pensamento tem três condiçôes: 1) imanência, sociabilidade (esse blog tem), 2) amizade (sociedade de amigos)o que está associado a uma certa rivalidade (esse blog tem; 3) gosto pela opinião (esse blog tem).
Então vamos lá, só um pouquinho. Para começar. É preciso romper com o pensamento dogmático. O que é o pensamento dogmático? É aquele que pensa por figuras. Vem o acontecimento (por natureza novo) e a pessoa já o recebe com uma imagem anterior. E tasca o julgamento sobre o acontecimento com figuras. Decalques. Isso paralisa a potência de pensar o pensamento. De pensar o nunca pensado. O fora do pensamento. Decalcar é impedir o novo.
Se vc fala em socialismo e vem com tudo isso que rolou no século XX e ainda por cima descontextualizado, aí não dá nem para trocar um lero.
Ao invés dos imprópérios contra o passado, devemos contextualizar o passado e entender o problemas, as forças que estavam agindo ali. O que foi mesmo que aconteceu ali? Como foi que aconteceu?
O velho (passadO) pode servir para pensar o novo? Claro que sim. Sempre há alguma recognição na criação do novo. Mas não se pode viver só de recognição. E ainda por cima uma recognição empastelada. Aí não há devir que venha no pensamento e na vida.
Não vamos fazer uma trincheira para disputar o passado. Vamos ter coragem de jogar fora nossas certezas e abrir-se para as incertezas. para o encontro. Para aquilo que faz o pensamento pensar o suprasensível: o choque entre razão e sensibilidade. Deixe vir o choque. Aliás, produza o choque, se puder. Mergulhe no caos. E traga alguma coisa que preste de lá. Paremos de colocar guarda-chuvas no caos. Vamos atravessar o Aqueronte. Quem sabe voltaremos melhor, mais vivos, com menos medo da morte.
Fica aqui meu afago ao amigo que tem tanta bronca do Fidel, do socialismo, do comunismo e da experimentação. Meu afago é uma sugestão poética: veja o Carmelo Bene declamar O Infinito de Leopardi, pois faz tremer a nossa sensibilidade e afastar nossos dogmas: http://www.youtube.com/watch?v=riAhD7RkwAg&feature=related
beijo a todos
Marta

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Marta, creio que me fala algo vital... Tenho me percebido capturado, quando provocado; e ai nem esclareço meus pensamenos, ne tensiono a produção de um genuinamente nvo, uma bifurcação, uma ramificação... um e no entre...
O Orlandi, no livro Vida Filosófica, conceitua a esquizanálise como linhas de aão da diferença e os encontros que estas inventam e são convocadas...Já falei que não sou herdeiro, nem desejo dos dogma do socialismo que normalmente reconhecemos...porém, não aprofundo desterrorializante dos campos férteis onde re-toma, inclusive, esta flor... O socialismo, uma flor na jardim magico da liberddade, amizade, generosidade, e afirmação da vida... Que passa pelo surrealismo, pelo anarquismo, pelo zapatismo, pelas Madres, e pelos devires e linhas de fuga que me parecem uma virtualidade e potência quando alisamos os espaços e nos abrimos para o que ainda não está dado, nomeado, formatado ou visto...
Tenho agido meio sob o domínio do escorpião...
Tentarei deixá-lo só como guia das minhas paixões... E buscarei incluir tribos, faunas e floras no povoamento dos espaços desertos, cujo incerteza nos levam, inconscientemene, a nos encapsular num porto seguro.
Abraços, beijos...
Jorge